Tanto o pesadelo quanto o terror noturno raramente têm efeitos psicológicos negativos e duradouros sobre as crianças. Porém, são episódios que podem gerar dúvidas e sofrimento se a família não tiver as devidas orientações.
De acordo com Leonardo Martins, Doutor em Psicologia Social pela USP, o pesadelo acontece na fase “REM” do sono, que é aquela em que os olhos se movimentam rapidamente, ocorrendo em ciclos que se repetem em média de 4 a 5 vezes por noite. É nesta fase que sonhamos, o que dá abertura para termos pesadelos também.
Os pesadelos são mais comuns do que imaginamos: Uma pesquisa realizada em 2006 e em 2014, pela Universidade de Montreal, revelou que até 80% do conteúdo do sonho é, de alguma forma, ansiogênico, ou seja, promove sensações ruins, conhecidas como pesadelos. Porém, nós adultos conseguimos distinguir com facilidade o que é realidade e ilusão, e acabamos não nos abalando ou despertando em virtude de tal sonho. Mas as crianças, especialmente entre 3 e 4 anos, têm dificuldades de separar realidade e fantasia. Por isso, quando sonham com algo ruim, acordam e podem ficar confusas, com medo, na dúvida se aquele monstro é de verdade ou não, o que resulta em problemas para relaxar e voltar a dormir.
Em episódios de pesadelo, a criança lembra o que aconteceu e pode descrever em detalhes para os pais o que a assustou.
Diferente do pesadelo, o terror noturno infantil acontece na fase “Não-REM”. Conforme as teorias científicas sugerem, se deve provavelmente à imaturidade do sistema nervoso central da criança. Embora os pais possam se assustar, é algo natural e normal que aconteça com alguns pequenos e pequenas. Esse processo de maturação acontece aos poucos, de acordo com o crescimento, tornando os episódios cada vez mais raros, até se extinguirem de vez na adolescência.
Durante o terror noturno, que dura em média 15 minutos, a criança pode manifestar sinais de pânico intenso, conversar, gritar, chorar, se debater, ficar de olhos abertos ou se sentar na cama. E mesmo que esteja muito agitada, normalmente ela continua dormindo, não nota a presença dos pais e depois nem se lembra do que aconteceu.
Os episódios de terror noturno são relativamente comuns em crianças, e as pesquisas sugerem que não há prejuízos na vida delas, ou seja, não é algo que vá atrapalhar seu desenvolvimento. Os pais precisam ficar atentos se os episódios forem muito frequentes, como, por exemplo, todas as noites, mas, se acontecer uma ou duas vezes por semana, é mais provável que seja apenas uma fase.
Curiosamente, pesquisas indicam que pais que falam dormindo ou são sonâmbulos, têm mais chances de ter filhos com terror noturno!
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